Capítulo 2 – Por que acreditamos tanto no erro?
"O maior erro que
você pode cometer é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum." W. Shakespeare
Crescemos sempre cercados
por adultos, familiares ou não, que nos amam muito, ou não. Mas a melhor
hipótese, que somos amados por adultos de nossa família ainda não garante que
sejamos educados para a persistência, quase todos os adultos que conhecemos já
estavam cansados de errar e, pior, temerosos de tentar novamente.
Daí que ,infelizmente, somos
criados para considerarmos em primeiro lugar o erro. Não é por mal que as
pessoas nos ensinam a desistir de nossos objetivos, é por amor. Apesar de tudo,
não mudar pode ser uma forma de garantir a felicidade que situações estáveis
proporcionam na maioria das vezes.
Quando começamos a andar
e a querer mais do mundo, as frases que frequentemente ouvimos dos adultos são
“cuidado, você cai!”, “Aí faz dodói!”, ou a pior de todas “Deixe que eu faço
isso para você!” Lembro muito bem que sempre quis poder fazer um mingau ou uma
sopinha de leite com pão, mas ouvia sempre aquele “Você não sabe, não vai
conseguir!”.
Ora, cair é fundamental
para que se possa levantar, a maioria dos “dodóis” pode ser curada e na maior
parte de nossas vidas teremos que viver experiências que ninguém poderá viver
por nós. É quando percebemos que não saber está intimamente ligado a não
conseguir. E passamos muitos momentos acreditando que somos incapazes
simplesmente porque não tentar passou a significar uma forma de não sofrer por
não conseguir.
Recordo que, numa ocasião
, permiti que meu filho de apenas dois anos subisse em uma cadeira sabendo que
ele cairia. Depois do tombo, torcendo para não estar errado, limpei suas
lágrimas e disse que não há problema em se cair, mas que levantar é o mais importante. Depois disso
percebi que ele não chorava mais como antes, pois na queda o que dói mais é a
vergonha que o ferimento que ela causou.
Se depois de nossas
quedas nossos pais nos abraçassem ao invés de nos recriminar pelo fracasso do
tombo, não teríamos tanta dificuldade em aceitar que errar, na maioria das
vezes, pode ser uma boa forma de se chegar ao certo, com a válida experiência de quem sabe
que errar não é o fim, mas uma exigência de uma nova tentativa.
As conseqüências na vida
adulta podem ser, e frequentemente são, a busca do mínimo, desde que seja
garantido – a vovó já dizia que é melhor pingar do que secar – em oposição ao
que está fora do nosso alcance, incerto.
Ainda bem que para
remediar a sabedoria da vovó existiu um poeta maravilhoso, Fernando Pessoa,
para nos lembrar que “
Triste de quem vive em casa / Contente com o seu lar / Sem que um sonho, no
erguer da asa, / Faça até a mais rubra brasa / Da lareira se alevantar”.
Por que arriscar um novo
emprego, que exigiria mais de mim, se estou bem empregado e consigo me manter
com o atual salário?
Poucas pessoas
acreditariam que não trabalham pelo salário que ganham, mas sim pela satisfação
que têm com o trabalho que realizam. Já vimos inúmeros exemplos de pessoas
realizadas com tarefas mal remuneradas e socialmente depreciadas, mas que
fizeram com que sonhos muito ambiciosos se realizassem – caso de um catador de
papel no Rio de Janeiro que arrecadou livros usados e implantou em sua
comunidade uma biblioteca, com cerca de cinco mil livros – e garantissem
satisfação além daquela obtida por muitos empresários e executivos bem
sucedidos financeiramente – nos Estados Unidos preocupa o alto índice de
depressão entre executivos que se aposentam milionários e frustrados.
São tempos difíceis são aqueles
que matam nas pessoas as suas inquietações e os seus sonhos.
PARABÉNS PROFESSOR : )
ResponderExcluirSuas aulas nos expiram e seu livro muito mais...
Obrigado pela dedicação, quarta feira só não é ruim porque depois das aulas de física tem você!!! kkkkkkk
Profº Manoel esse livro é realmente maravilhoso.Fico muito contente de ter perdido nossa aposta...
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